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terça-feira, 3 de maio de 2016

Gosti

Sonhei que me davas flores (que tinham o cheiro dos doces que comi durante a manhã na tentativa vã de recriar a sensação), dizias bom dia e davas-me um beijo.
Bebi o meu café amargo, quente e forte como gosto dos meus amores. Amargos porque a doçura faz mal e, depois - quando acabar -  há sempre abraços fortes e cobertores quentes para compensar.
Senti a água a correr pelo corpo, o cheiro de jasmim invadiu o duche, lembrei-me dos ti e desejei que estivesses ali. Não ali, a tomar banho comigo, mas no quarto ao lado a ouvir-me cantar, com aquela voz da manhã, as músicas que me apetecia. E tu reclamavas que querias dormir, com a voz grave e sonolenta. Acordavas para me ver andar em pontas de pés e rodopiar de vez em quando. Vias-me escolher a roupa e até me vinhas roubar beijos ao pescoço e fazias cócegas.
Mas não estavas lá e eu parei de cantar. As flores também não as havia, o resto do café esfriou e eu não andei em pontas de pés. Também não me desejaste um bom dia nem me deste beijinhos.
Queria ter adormecido no teu sonho, onde sabia que estarias lá para me dar beijinhos, abraços fortes e quentes e onde não precisava de café para acordar. Vou acreditar que um dia o amor será melhor(e, com sorte, maior)



1 comentário:

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